sexta-feira, 19 de março de 2010

Virginia Woolf

Virginia Woolf (Londres, 25 de Janeiro de 1882 — Lewes, 28 de Março de 1941) foi uma das mais importantes escritoras britânicas.Biografia Estreou na literatura em 1915 com um romance (The Voyage Out) e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio. Virginia Woolf era filha do editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria frequentado desde cedo o mundo literário. Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e se mata de forma triunfante. Virginia Woolf foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy. A obra de Virginia é classificada como modernista. O fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras. Suas reflexões sobre a arte literária - da liberdade de criação ao prazer da leitura - baseadas em obras-primas de Conrad, Defoe, Dostoievski, Jane Austen, Joyce, Montaigne, Tolstoi, Tchekov, Sterne, entre outros clássicos, foram reunidos em dois volumes publicados pela Hogarth Press em 1925 e 1932 sob o título de The Common Reader - O Leitor Comum, homenagem explícita da autora àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para seu próprio desfrute pessoal. Uma seleta destes ensaios, reveladores da busca de Virginia Woolf por uma estética não só do texto mas de sua percepção, foi reunida em língua portuguesa em 2007 pela Graphia Editorial, com tradução de Luciana Viegas. Obra Sua primeira obra foi A viagem, publicada em 1915. O romance Mrs. Dalloway ficou conhecido pelo filme As Horas, baseado na obra homônima de Michael Cunningham, filme no qual Virginia foi interpretada por Nicole Kidman, premiada com um Oscar por seu retrato da escritora britânica. As Horas conta várias histórias, mescla a vida da própria autora numa personagem e coloca algumas particularidades de Mrs. Dalloway numa dessas histórias. Em Mrs. Dalloway, Virginia descreve um único dia da personagem, quando ela prepara uma festa. Sua obra mais conhecida é Orlando, publicada em 1928. É uma fantasia histórica sobre a era elisabetana. Após terminar As Ondas, uma de suas obras mais importantes, Virginia Woolf estava exausta. Ela seguiu então para a sua casa de campo levando o livro das cartas entre os poetas Elizabeth Barrett e Robert Browning. Na leitura, percebeu a presença permanente de um cachorro, Flush; resolve então, por diversão, escrever a visão desse cachorro do mundo à sua volta. Essa obra foi muito elogiada por fazer um relato minucioso sobre a época dos poetas. Ironicamente foi a obra que mais deu retorno financeiro à escritora e a mais traduzida em outros idiomas. Sua última obra foi Entre os atos, publicada em 1941, posterior à sua morte. [editar] Suicídio No dia 28 de março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril. Em seu último bilhete para o marido, Leonardo Woolf, Virginia escreveu: Cquote1.png Querido, Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V. Orlando (no original em inglês, Orlando: A Biography) é um romance de autoria da escritora britânica Virginia Woolf, publicado em 1928. Narrado no chamado "fluxo de consciência", acompanha a trajetória de Orlando, jovem inglês que nasce na Inglaterra da Idade Moderna e, durante uma estada na Turquia, simplesmente acorda mulher. A personagem é dotada de imortalidade e o livro acompanha Orlando por seus 350 anos de vida. Bem-humorado, é um dos grandes exemplares do modernismo inglês e um dos ápices da arte literária de Virginia Woolf. Há um lado quixotesco em Orlando, que trabalha as ambigüidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. A transformação da personagem em mulher é vista como um acontecimento cotidiano, bem como seus amores. Como na maioria dos romances de Virginia Woolf, o tempo, enquanto variante literária e estilística, é um dos temas do romance. Trata-se de uma preocupação em relacionar o tempo da história (350 anos de história britânica e de vida de um personagem) e o tempo da narrativa, bem como o próprio tempo de um fluxo de consciência.

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