domingo, 10 de abril de 2011

Cassandra Rios

Foi uma escritora brasileira, autora de dezenas de livros que há quarenta anos escandalizaram o Brasil por seu estilo "pornográfico", dentre eles A Tara, Tessa, a Gata, Volúpia do pecado, A paranoica, Muros Altos, Uma Mulher Diferente, Cabelos de Metal e A Borboleta Branca, entre outras dezenas de títulos. O romance A Noite Tem Mais Luzes atingiu a marca de 700 mil exemplares vendidos.

Nascida em 1932 com o nome de Odete Rios, Cassandra foi uma das autoras mais vendidas dos anos 60 e 70 - e também das mais perseguidas pela censura, que não tolerava o forte conteúdo erótico de sua obra, considerada pornográfica pelos setores mais conservadores da cultura. Em seus livros, Rios falava com liberdade e muita sensualidade sobre assuntos mais que polêmicos para a época, como o homossexualidade feminina, as relações entre sexo, religião, política e cultos umbandistas, que "atentavam" contra a moral defendida pelos militares. Lésbica assumida, chegou a vender quase trezentos mil exemplares de seus livros por ano, um sucesso editorial que só seria igualado décadas mais tarde pelo escritor Paulo Coelho.

Estreou com "Volúpia do Pecado" (1948) e foi um sucesso popular com incontáveis livros, ao lado da também considerada pornógrafa Adelaide Carraro. Com a abertura, um de seus livros, A paranóica, foi adaptado para o cinema com o título de Ariella, interpretado por Nicole Puzzi. Ariella era uma menina rejeitada que vivia numa mansão e que descobre que seu tio fingia ser seu pai para ficar com sua fortuna. Para se vingar, passa a usar o próprio corpo, desintegrando a família.

Aos 33 anos, em meados dos anos 1960, Cassandra era uma mulher completamente diferente das da época. Porte alto, vestindo terninho e com certa altivez, destacava-se mesmo estando numa multidão. Além de escritora, nesta época foi dona de uma livraria na avenida São João, ao lado da Galeria do Rock, em São Paulo,onde podia ser encontrada diariamente.

Em 1976, a autora tinha 33 dos 36 livros que havia publicado apreendidos e proibidos em todo o país. Desde então, desapareceu completamente do noticiário. Abandonada, editando os últimos livros por conta própria, Cassandra queixava-se que sempre se sentiu incomodada pelo fato de sua vida pessoal ser confundida com as atmosferas que criava em suas obras. Numa entrevista recente à revista TPM, afirmou: "O que mais me incomodou foi me encararem como personagem de livro. Então, não tenho capacidade para ser escritora?!" Cassandra Rios faleceu em São Paulo, aos 69 anos de idade, em 8 de março de 2002.

Pioneira da literatura lésbica brasileira

Cassandra Rios, cujo nome real era Odete, nasceu em 1932 em São Paulo e faleceu no dia internacional da mulher, 8 de março de 2002. Foi uma escritora polêmica que ficou conhecida pela ousadia de suas obras, consideradas por alguns como pornográficas, por outros como irresistíveis. Nas décadas de 1960 e 1970, foi das autoras brasileiras que mais vendeu livros, chegando à marca surpreendente de 300 mil exemplares por ano, algo de que apenas Jorge Amado chegava perto na época. Foi também uma das mais perseguidas pela censura, tendo tido nada menos do que 34 de seus romances retirados de circulação pela ditadura militar. Suas obras misturavam lesbianismo, cultos umbandistas, negócios e política, mas ela marcou a imaginação de milhares de adolescentes e jovens com as descrições diretas, sem rodeios, de encontros sexuais os mais variados. Pode-se dizer que foi a primeira escritora brasileira a mostrar a mulher como um ser sexual, com desejos próprios muito além de ter filhos.

Foi também a pioneira em retratar as lésbicas nas letras brasileiras, ainda mais por apresentá-las como pessoas cuja natureza é homossexual, não resultado de doença ou passível de re-educação como se acreditava na época. Temos orgulho de colocar à disposição de nossas leitoras as obras atualmente em catálogo com temática lésbica desta escritora excepcional: Eu sou uma lésbica Relato de 1980, super direto, que conta a fascinação da menina Flávia pela linda vizinha, dona Kênia. Você não vai acreditar nesse final, é uma surpresa e tanto!As traças Andréa é uma adolescente que se apaixona loucamente pela professora de história, dona Berenice. Sem saber como lidar com seus sentimentos desvairados, ela vai experimentando o mundo de sua sexualidade proibida.

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